Bruner e Potter (1964) realizaram um experimento simples com 89 pessoas: cada pessoa via uma imagem com qualidade indo de borrada até levemente desfocada. Ao final a pessoa tinha que tentar acertar o que era aquela imagem.
Foram formados nove grupos. Todos os grupos viram a mesma imagem final, o que mudava de um grupo para o outro era a qualidade inicial da imagem e o tempo de exposição. Quanto pior era a qualidade inicial, pior era a taxa de acerto do grupo.
A tabela acima indica a taxa de acerto de cada grupo, o grupo VB-FQ é o que recebeu a pior imagem inicial, MB-FQ o que recebeu uma imagem de qualidade média inicialmente e as pessoas que receberam a imagem com melhor qualidade inicialmente estão no grupo LB-FQ.
A diferença na taxa de acerto é gigante: o grupo que não viu a imagem ruim inicialmente acertou 72,9% das respostas, enquanto que o grupo que viu a imagem ruim acertou apenas 25%.
Uma hipótese pode ser o excesso de informação que levava o grupo a teorizar mais e por consequência errar mais. Para verificar isso fizeram mais uma rodada de maneira inversa: pessoas viram a imagem indo de levemente desfocada para borrada. Esse grupo não teve sua taxa de acerto prejudicada.
A explicação encontrada foi que independente da qualidade inicial da imagem, todas as pessoas, naturalmente, tentavam reconhecer o que estava ali. Era difícil as pessoas se desfazerem dessa impressão inicial, elas buscavam apenas confirmações de que a ideia original estava certa.
Temos a tendência de nos agarrar à uma ideia ou julgamento inicial sobre qualquer assunto. Desfazer essa ideia inicial é afirmar que estávamos errados, e isso parece ser difícil, mesmo que seja inconsciente.
O relatório publicado é curto, tem apenas uma página indicando como o experimento foi realizado e quais resultados foram obtidos. Está disponível aqui para quem quiser ler (em inglês): http://cvcl.mit.edu/SUNSeminar/brunerpotter1964.pdf